quarta-feira, 23 de abril de 2014

Cotas pra que?



Ultimamente as discussões sobre a necessidade e importância das cotas universitárias têm intensificado. Muitos criticam essa medida, alegando que ela não resolve o problema do acesso a universidade para os mais desfavorecidos. Certamente não resolverá um problema enraizado há tempos na sociedade brasileira, todavia momentaneamente elas podem auxiliar a melhorar a situação, já que, combater desigualdade com justiça só deixaria as coisas ainda mais desiguais.
Para entender a necessidade das cotas precisamos voltar 300 anos em nossa história e analisar a herança que o período escravista deixou em nosso país. Aliás, para entender todo contexto social atual esta análise se faz importante.
A escravidão no Brasil foi uma das mais longas do mundo, durando 359 anos, desde a colônia ao fim do Império. Por muitos anos, o sustento da economia brasileira, baseada na agricultura, era o trabalho escravo. Todavia ,com a Primeira Revolução Industrial tornou-se necessidade expandir o mercado consumidor, escravo não consumia e isso precisou ser mudado. A Inglaterra, pioneira na industrialização começou a pressionar o governo brasileiro para abolir a escravidão, porém não era desejável aos cafeicultores, e demais produtores agrícolas perder mão de obra. Como paliativo foram criadas leis como: Eusébio de Queiroz libertava escravos acima de 60 anos, idade raramente atingida por eles; Ventre Livre fazia livre todos os filhos de escravas nascidos a partir da promulgação.
Só em 1889 que uma lei para libertação dos escravos foi assinada e aprovada, a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel. Porém não resolveu o problema dos negros no país, já que ao invés de serem empregados nas fazendas onde trabalhavam eles foram expulsos e tiveram de encontrar uma maneira de sobreviver. Muitos foram para as cidades e começaram a se instalar em lugares afastados e desvalorizados, como os morros e assim formaram-se as comunidades, até bem pouco conhecidas como favelas. O preconceito era bem maior do que hoje, esses lugares se tornaram marginalizados e essa visão permanece na atualidade.
A exclusão não se restringiu apenas aos negros também a camada mais pobre da população, que por anos da nossa história não teve digno acesso aos serviços básicos, como saúde e educação. Ainda hoje essas coisas não chegam a toda à população e minoria que consegue usar dos serviços públicos se deparam com ineficiência e incompetência.
Em meio a essa situação as cotas se fazem necessárias, para tentar consertar anos de exclusão social. Claramente elas não resolveram o problema, é preciso muito mais.  Reformas no sistema público de educação são o básico para iniciar uma mudança. As pessoas que são contra as cotas, em sua maioria, não conhece a realidade de um colégio público e da exclusão social da população negra, precisamos tentar olhar a realidade por outros pontos de vista, ser solidários aos problemas do outro. Assim poderemos construir um país melhor.

domingo, 20 de abril de 2014

Manifestando Ideias

Estava pensando no que é ter um blog, para que ter um e por que ter. Seguindo esse pensamento percebi que um blog é nada mais que um espaço para divulgarmos e manifestarmos nossas opiniões pessoais publicamente, um espaço onde temos voz perante o mundo.
Sempre pensei que minha opinião sobre as coisas não fosse relevante e percebo hoje que estava redondamente enganada, posso não ser alguém importante na mídia ou na política, mas, mesmo assim, o que eu penso é importante, aliás, o que todos pensam é importante, pois são esses pequenos pensamentos individuais que formam atitudes e  estas constroem o mundo em que vivemos.
Manifestar opiniões é mais que importante é necessário, precisamos dizer o que pensamos e também ouvir o que os outros pensam a respeito de tudo. Desta forma podemos juntos construir e aperfeiçoar nossas ideias e colocar em prática soluções benéficas para todos nós.

Todos sonham com um mundo melhor, todavia poucos estão dispostos a tornar essa ideia pelo menos um pouco possível. Depende de nós, um pequeno passo é valorizar o pensamento de outro, dar crédito a ideias de pequenas pessoas dispostas a fazer grandes mudanças.

sábado, 19 de abril de 2014

Gritos do Coração



Nos momentos em que me encontro sozinha é que posso ouvir a voz dos sentimentos.                                                                                                        Eles gritam bem alto no meu peito, desesperados por se libertar.     
Em um dialogo impossível explico que não posso deixa-los sair,que, infelizmente, preciso tranca-los no coração.                                                                                                                 Por um tempo eles voltam a ficar silenciosos, enquanto não estou sozinha, enquanto tenho quem me proteja deles.                                      
Então o dia passa e a noite vem, e ao deitar a cabeça no travesseiro ouço de novo os gritos por liberdade e dói não poder deixar livres coisas tão belas.                                                                                   
Quando os gritos são altos e as conversas não resolvem, vem a música como apaziguadora entre sentimentos e pensamentos e flui na alma como água na garganta do sedento.