sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Doce Pesadelo

Nessa noite de quase verão, prometo não dormir, 
não piscar por muito tempo, permanecerei de olhos bem abertos,
mente concentrada. Meu medo de reviver as imagens 
que o subconsciente crio é bem maior que todo cansaço do mundo,
mais poderoso que Morpheu.

É traissueiro o que fez comigo, veio a mim e não pude evitar.
Esperou o momento de distração do consciente e se alojou 
silenciosamente. Até aquela noite esteve em demasiado silêncio,
nem sua respiração ouvia, e de repente, surge gritando em minha mente.

Insiste em me torturar com lindos sorrisos, belos momentos, 
encantadores encontros, o futuro que um dia alguém desejou.
Negarei enquanto puder a beleza do meu íntimo pesadelo,
rejeitarei com garra a chance de sonhar de novo, pois não quero
nem no mundo de Platão o gosto desse belo sonho que transformo 
em mim e um doce pesadelo.

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